quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Que cor tem o amor?

É da cor verde que eu gosto! Dizia ela.
Eu, que metida perco de calar, digo que o mundo é tão colorido pra de uma cor só gostar. 
Ela então se justifica: Já tentei o azul, bem como o amarelo. Por um tempo até pareceu servir, caiu bem, mas logo vinha a saudade da cor verde. Era o verde que ficava perfeito!
Diz ter tentado o vermelho, porque o vermelho até tinha aquela força que o verde possuía. Gostou! Ficou um tempo vestindo a lembrança que o vermelho trazia.
Ficou satisfeita quando se experimentava em cada sentimento que da cor nascia... 
Era prazeroso. 
A cor rosa trouxe uma espécie de melancolia, gosto de ressaca, de café doce.
O azul trouxera esperança, em uma época que já não a vestia mais. Trazia a cor de sorriso e malicia. Trazia também um traçado de insegurança que ao misturar-se ao enfado da cor branca, resultava em uma espécie de cor jocosa, brejeira.
Quando encontrou a cor preta, algo a sobressaltou. Disse que esta cor causava nela um conjunto de sentimentos; era sombrio e forte, mas uma força que não assustava, uma força bonita, esguia, elegante. Ficou espantada porque geralmente é na cor preta que se esconde o desconhecido, mas aquela que se apresentava para ela, embora escura como o céu na noite, ainda mostrava o lampejo da luz da lua.
A cor violeta, em contrapartida, era tão leve! Tão especial, transparente. Tinha cor de coisa boa. Abraço de irmão, carinho de amigo. Tinha cor de verdade.
No entanto ainda era da verde que ela lembrava. Do contorno que o verde fazia, do friso que a cor exprimia. Era a cor verde!
Não era tristeza de não ter a cor verde para sentir. Não! Era saudade de uma cor que vestisse tão bem nela. Era o verde, ainda o verde...

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