domingo, 23 de novembro de 2014

Não gosto de sexta-feira

Acho que eu não gosto de sexta-feira. Todo mundo comemora este dia, dizendo que finalmente chegou o descanso, tempo de fazer coisa que se gosta. Mas sexta-feira é um dia que estou cansada, um dia que tudo está cheio e que as pessoas ficam incomodadas de falar de trabalho.

Sim, eu sei. O normal é segunda.

E eu gosto de falar de trabalho, porque eu tento fazer coisas divertidas. Coisas que tenham importância para o que eu acredito. Neste momento estou me preparando para ficar 6 semanas no Peru trabalhando voluntariamente em um programa de empreendedorismo social para jovens. E também desejo do fundo da minha motivação (coração) produzir um documentário social com um filme de 15 minutos e uma série de 42 episódios para web. Quero que as pessoas sintam a vibração de escolher seu trabalho. Ao mesmo tempo que descubram que isto não significa sempre estar em mar de rosas. Existe angústia, dúvida, dificuldade, tarefas chatas, mas existe um porquê que ajuda a passar por tudo isso.


Acontece que sempre esqueço de postar aqui na sexta e corro atrás do prejuízo fazendo meu texto sábado ou domingo. Final de semana me parece este tempo mais vazio que uso para tentar arrumar o que ficou pendente nos cinco dias anteriores. Final de semana é dia de arrumar a casa, fazer faxina, compras de mercado, tempo para DR, congestionamento para a praia, fila para o cinema. Mas talvez se todos as 80% de pessoas que dizem que não estão felizes no trabalho ficassem felizes as filas para as coisas boas aconteceriam todos os dias. Ou talvez tivesse mais opções saborosas, feita a medida, no meu tempo, para o meu bolso e para todos os outros gostos também.

Muitas pessoas não acham que isto é possível: ter satisfação de segunda a sexta. Isto é vida de bon vivant, coisa que você inveja e não sabe como deve ser. Me lembra aquela série de tirinhas de como as pessoas acham que é, meus pais, meus amigos, eu e como é de verdade.

Para parar de me deliciar em clichês, deixa eu ir para mais um: tudo tem um lado bom e ruim, do tipo o almoço gratis sempre te custa alguma coisa, só que as vezes o preço vale a pena.

Convido para que acredite comigo, com meus parceiros e com os jovens que irão desenvolver seus próprios projetos sociais. Que curtam 6 semanas de desafio pessoal, desafio profissional, choque de cultura, risada, perguntas e reflexão. Faça parte da campanha Believe with us, no kickstarter: https://www.kickstarter.com/projects/444650780/believe-with-us . E de contorno também para os seus sonhos. Acredite também em si.

Eu não sou Poliana, nem ao menos as pessoas me acham a mais engraçada trabalhando. Sou mais séria no trabalho do que na fila do mercado. Mas acho que todo mundo repete que quer ser feliz na vida e repreende quem fala de meios e tentativas para ser. Repreende até mesmo quem está se divertindo com coisas pequenas. Claro que tem muita baboseira motivacional que não se importa com você, assim como tem muito jeans que não serve para corpo algum. O que eu acho que não deve ser sufocado não é isso. Somos melhores sem diminuir ninguém, somos melhores quando respeitamos as escolhas e forças dos outros. A verdade é que é muito fácil duvidar da nossa capacidade (nossa própria e da dos outros). Só que é moroso passar o dia-a-dia assim. Você quer ser alguém que participou das conquistas de alguém ou antecipou as derrotas?

Existem escolhas para gostar de todos os dias da semana.

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